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O site Stay Pop fez uma review (crítica) para o primeiro álbum de estúdio de Ariana Grande, “Yours Truly“. Leia abaixo a análise completa:

Com raízes nos musicais da Broadway e tendo crescido ouvindo mais Whitney Houston e Mariah Carey do que Britney Spears, Grande, se tentássemos rotulá-la de alguma forma mais precisa para os leigos e o grande público, poderia ser caracterizada como o inverso de Taylor Swift. Ao contrário do visual (muitas vezes) de mulher bem resolvida e as letras com problemáticas quase adolescentes, Ariana tem uma figura que facilmente seria confundida com uma jovem de 14 ou 15 anos, e letras com insinuações (ainda que um tanto veladas) sexuais e provocativas. Se você se permitir ouvir o disco de estreia do começo ao fim, vai notar isso.
Cheio de metáforas e duplo sentido, o álbum já mostra para o que veio e te deixa sentir a carga do que é Ariana logo na faixa de abertura. “Honeymoon Avenue” não poderia ter sido colocada em outra função senão a de abrir o CD, para não permitir que alguém cometa o erro de desistir de ouvir o resto logo de cara, como acontece com muitos artistas. A faixa é uma harmonia entre o bom e o mau estado de um relacionamento, fazendo uma alusão da situação em que o relacionamento se encontra com a estrada que se percorre para se iniciar a lua-de-mel, tudo isso acompanhado por uma instrumental com batidas marcadas, teclado e estalos que seguem até aproximadamente os 5:00, onde é finalizada por uma interlude que consegue sustentar a faixa durante toda sua execução.

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Prosseguindo com o disco, a elétrica “Baby I” e “Right There”, contando com uma das poucas participações de Big Sean em uma canção que não achei desnecessário, são frutos do típico R&B dos anos 2000 e mostram que não só por conta dos vocais a cantora recebe as comparações (nada infundadas) com Mariah Carey. Em seguida, “Tattooed Heart”, um dos pontos altos do CD, vem para apontar uma das maiores qualidades de Grande, e o que é provavelmente o grande erro (se não o único) no material. Os estalos e a voz suave na faixa são marcantes, mas acabam se perdendo pelo fato de ‘Yours Truly’ alternar constantemente entre as faixas alegres e dançantes com as baladas apaixonadas. Pode parecer bobagem, mas muitas situações de coesão na tracklist de um álbum, o diferenciam da boa aceitação imediata e a experiência agradável de ouvir em outros.
Passando por “Lovin’ It” e chegando em “Piano” e “Daydreamin’”, a cantora não nos deixa esquecer que ainda é uma jovem com espirito adolescente. Não fosse pela voz inconfundível e a interpretação mais polida, as situações de compor canções em pianos e sonhar acordados poderiam facilmente se confundir com qualquer faixa com uma nova aposta de estrela teen. Contudo, logo vem “The Way” para mudar a situação. A canção que apresentou moça ao público norte-americano, e por que não ao mundo, após a tentativa frustrada em “Put Your Hearts Up”, foi um tiro no escuro que acabou dando bastante certo. A química entre Mac Miller e Ariana, o ritmo dançante, a exploração do R&B/Pop ao invés do desgastado Electropop e os falsetos diferenciam a faixa de praticamente tudo que estava tocando na rádio no período de seu lançamento, e a tornou um sucesso instantâneo e surpreendente, acredito que até mesmo para a própria interprete, ganhando até uma (desnecessária) versão em spanglish (quando os artistas vão se tocar que isso não é legal?), também presente no disco.

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Se aproximando do fim, “You’ll Never Know” se classifica entre algo como a antiga Ciara e Jordin Sparks, mas tem lá sua identidade, mesmo parecendo um tanto filler para o nível do álbum. Os dois duetos que sucedem são bem distintos, um se destacando mais que o outro. Enquanto “Almost Is Never Enough” soa como uma parceria romântica (semanas depois descobriríamos que também existia na vida real) deve ser, “Popular Song” é divertida e fala sobre aceitação. Uma balada sobre entrega e uma canção sobre desajeitados. Um dueto com Nathan Skyes e outro com Mika. A provável única semelhança é que ambas parecem ter sido colocadas no álbum pela grande aceitação, já que uma se tornou trilha-sonora de um filme e outra superou a versão original presente no álbum do britânico e até virou single.

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O encerramento (porque eu ignoro versões misturando espanhol com inglês no álbum de seja quem for) de ‘Yours Truly’ fica por conta de “Better Left Unsaid”, que pode ser considerada por alguns, algo desconexo, mas que pra mim até chega fazer sentido no caminho percorrido através do disco. Em uma daquelas tão polêmicas “baladas dance”, em uma atmosfera melancólica que vai ao contrário da instrumental meio “descartada do David Guetta”, a composição assinada por seis pessoas, incluindo a cantora, deixa, antes que tudo acabe, que a novata se permita ser um pouco como suas colegas de trabalho da mesma idade, e já livrando de uma certa estranheza os que no futuro a encontrarem se aventurando na dance music, o que hoje em dia está se tornando quase que uma parada obrigatória para artistas de todos os gêneros, principalmente pela facilidade que tais canções tem de popularizar.
Em sumo, ‘Yours Truly’, como o nome propõe, traz uma entrega de sua protagonista. Apesar de visíveis referências a outros artistas e a fusão do R&B com alguns de seus velhos companheiros como o pop e soul, em nenhuma faixa se pode afirmar que Ariana Grande deixou de imprimir sua personalidade. Personalidade esta que, apesar de não transparecer, deve ser bem forte, já que não é todo jovem artista que consegue bater o pé com a gravadora e fazê-los descartar praticamente todo o material de um álbum construído durante 3 anos. E ainda bem que ela assim o fez.

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